Dreamcast Brasil

Shenmue II

A sequência de um clássico!

Shenmue II chegou ao mercado europeu e japonês no ano de 2001 e, apesar da ansiedade dos fãs americanos, apenas em 2002 o game desembarcou nos Estados Unidos, mas, ainda assim, exclusivamente na plataforma da Microsoft, o Xbox. Não foram poucos os que decidiram importar o game da Europa, pois a versão para Dreamcast do velho continente era a única que disponibilizava legendas em inglês.

A não ser que você falasse japonês ou estivesse disposto a comprar um Xbox, essa era a sua salvação!

Tratava-se de um momento complicado para a Sega, onde a reformulação da empresa para torná-la exclusivamente uma softhouse já materializava seus primeiros frutos; games icônicos da companhia como Crazy Taxi e Phantasy Star Online estavam sendo lançados para as - até o dia de “ontem” - concorrentes de mercado da gigante nipônica. Todo esse cenário fazia aumentar aquele underdog feeling em quem era proprietário de um Dreamcast.

Tem alguma coisa errada aí...

Um pouco sobre a trama.

A jornada de Shenmue 2 leva Ryo Hazuki até à China, sendo essa a seqüência natural para o que foi demonstrado no final do primeiro Shenmue. O enredo inicia nas docas de Aberdeen, em Hong Kong, mas vai muito além disso; com o game dividido em quatro discos, o caminho a ser trilhado passará pelos mercados de rua de Wan Chai, a cidade de Kowloon e, finalmente, o vilarejo de Guilin, nas montanhas.

Bem-vindo a Aberdeen!

O poder do Dreamcast.

Shenmue 2 trouxe um jogo com uma qualidade além da apresentada pelo seu antecessor. Se você gostou do que viu em Shenmue ficará impressionado com a sua continuação. Através de gráficos polidos e uma suavidade de frame, Shenmue 2 impacta o jogador com um visual magnífico; a variedade e a qualidade das texturas apresentadas, personagens com expressões faciais convincentes e ambientes ricamente trabalhados - sendo muitos desses áreas gigantescas - mas que, ainda assim, surpreendem pela quantidade de detalhes, tornam a obra de Yu Suzuki a experiência visual ímpar do console.

Aliado a esse potente motor gráfico está o componente sonoro do game. Se existe um jogo que provavelmente usou o máximo do processador de áudio do console branco, esse título foi Shenmue 2. A sonoridade de cada ambiente é única, inconfundível, produzindo sons que farão uma espécie de “assinatura” de áudio em sua memória, tamanha a originalidade. Dizer, nesse caso, que tal maravilha auxilia apenas na ambientação é estar aquém da realidade; trata-se de um elemento que, somado ao visual, proporciona uma IMERSÃO para o jogador em cada situação vivida por Ryo. Agradeça à Yamaha pelo excelente processador com 64 canais de áudio independentes por toda essa qualidade de som estéreo e 3D, porque valeu o trabalho!

Yamaha Super Intelligent Sound Processor.

Considerações finais.

O jogo está mais intuitivo, rápido. Talvez alguns percebam que as opções de exploração dos objetos nos ambientes, como abrir portas, gavetas de cômodas, armários e outros elementos dispostos em cada cenário, tenham sido levemente reduzidas em comparação ao primeiro game da série. Essa característica traduz a velocidade e intensidade da trama, que é diferente do que foi visto no primeiro capítulo, em Shenmue. Por exemplo, dessa vez, não será necessário aguardar o tempo passar para alcançarmos um determinado evento marcado, pois existe a opção de avançarmos até o horário desejado. Se não quiser, basta continuar esperando e explorando a gama de locais e personagens para interagir.

Acredite, se você procurar bem, até uma corrida de patos estará disponível, um dos Easter Eggs mais escondidos do jogo!

De qualquer maneira, nada do que for escrito substitui a experiência de jogar Shenmue 2. Trata-se de uma obra prima, sem dúvidas.

O melhor jogo do Dreamcast.

Abraço!

Fábio Guedes.